top of page

A indústria global de ceras experimentará escassez no futuro


Enquanto projeta-se que a demanda global de ceras irá crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 1,5% até 2019, o crescimento da oferta será muito mais lento, com um CAGR de 0,4%. Apesar do forte crescimento na oferta de ceras sintéticas e naturais, a oferta de ceras, negativamente impactada pela drástica redução na oferta de ceras de petróleo, não será suficiente para atender ao aumento da demanda, como constatamos no nosso mais recente relatório Global Wax Industry: Market Analysis and Opportunities (Indústria global de ceras: Análise de mercado e oportunidades).


Devido ao fechamento de algumas plantas de Grupo I produtoras de ceras, assim como a diminuição de taxas operacionais devido à demanda reduzida por conta da recessão econômica, tanto a Europa quanto a América do Norte sofreram uma drástica redução no fornecimento de ceras derivadas de petróleo. Conforme as fontes de ceras de petróleo globais, que atualmente representam 70% da oferta total mundial de ceras, continuam a diminuir, o crescimento da demanda abriu espaço para as ceras sintéticas e vegetais, produtos de crescimento mais rápido no ambiente de mercado atual.


A oferta de ceras será impactada por três variáveis principais nos próximos cinco anos: Racionalizações de plantas do Grupo I; crescimento no fornecimento de ceras do tipo vegetal hidrogenada e, crescimento na oferta de ceras Fischer-Tropsch (F-T). Além do fornecimento crescente de ceras estabelecidas de polietileno e F-T, ceras vegetais hidrogenadas, relativamente recentes, tiveram incrementos de qualidade importantes para proporcionar ceras vegetais mais estáveis, com pontos de fusão mais altos e que oferecem agora um imenso potencial de crescimento.


Ksenia Efimova, Analista da Prática Química da Kline, comenta: "A tendência geral de maior consciência ecológica leva ao aumento do consumo de biomateriais, como ceras de óleos naturais. Porém, a tendência ainda não está distribuída uniformemente em todo o mundo. Nos Estados Unidos o maior consumidor de ceras - a indústria de velas - tem até 50% de cera de soja na formulação de velas. Em alguns casos, as velas podem ser inteiramente feitas deste material, sendo consideradas 100% amigas da natureza”.


O crescimento da demanda mundial até 2019 irá ocorrer a um ritmo ligeiramente superior aquele experimentado nos últimos cinco anos, por várias razões. Em primeiro lugar, o crescimento da demanda ocorrerá como resultado do fortalecimento pós-recessão da América do Norte e das economias europeias. Em segundo lugar, o consumo no setor industrial em evolução da Ásia, África e Oriente Médio também irá contribuir para este aumento da demanda. Mesmo com a proliferação da energia elétrica em todo o mundo, as velas ainda representam 46% do consumo global de ceras e cerca de 80% das velas são usadas hoje para fins decorativos ou religiosos, ao invés de iluminação.


De acordo com Pooja Sharma, Líder de Projetos na Prática de Energia da Kline, "O aumento dos gastos dos consumidores vai acelerar a demanda por cera usada em aplicações de reologia e de superfície, aplicações de embalagem e de não embalagens e aplicação na indústria da saúde. Por outro lado, a demanda de velas nas economias em desenvolvimento deverá ser menor, já que o aumento da eletrificação reduzirá a demanda para iluminação. Todavia, a demanda de velas para a decoração da casa, aromaterapia e similares aumentará com o aumento da renda disponível”. Sharma acrescenta: "Para manter a indústria de cera mundial avançando, os compradores e produtores de ceras precisam se preparar para uma mudança contínua e gradual, afastando-se de ceras de petróleo e incorporando mais ceras sintéticas, vegetais hidrogenadas e vegetais naturais.”


No Brasil, maior mercado de ceras da América do Sul, 62% da região, o crescimento da demanda de ceras vinha crescendo cerca de 1% ao ano em média nos últimos anos. Inúmeros fatores contribuem para este cenário: o mercado de velas, maior consumidor deste produto, tem caído nos últimos anos, por razões que incluem desde o maior acesso a energia elétrica à diminuição do consumo em rituais religiosos. O (pouco) crescimento do mercado se deveu a expansão do consumo em outros segmentos de mercado/industrias, porém, o enfraquecimento da economia brasileira tirou o pouco vigor que esse mercado ainda apresentava – estima-se que o mercado de ceras no Brasil tenha recuado cerca de 7% a 10% em 2015, com perspectivas igualmente negativas para 2016.



Fonte: Kline & Co.

VEJA NOSSAS REDES

  • Instagram - Black Circle
  • LinkedIn - Black Circle
  • Facebook - Black Circle

CATEGORIAS:

ARTIGOS RECENTES: 

bottom of page