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O Irã é a terra das oportunidades para as petroquímicas... mas quais são os riscos?


A República Islâmica do Irã, com a quarta maior reserva de petróleo e a segunda maior reserva de gás natural do mundo, está provando rapidamente ser a terra das oportunidades. Depois da Arábia Saudita, ela é a segunda maior economia da região do Oriente Médio e Norte da África (MENA, na siga em inglês), com um produto interno bruto (PIB) estimado de US$ 406,3 bilhões em 2014.
Uma das consequências das sanções impostas ao programa nuclear do Irã foi a saída de muitas empresas japonesas e ocidentais do país, enquanto muitas empresas chinesas e coreanas continuaram desenvolvendo atividades por lá. O relaxamento das sanções está gerando um maior nível de interesse dos empresários do Japão e do ocidente no país, e as companhias petroquímicas estão particularmente atraídas por seus vastos recursos de gás natural e petróleo.
A economia iraniana é orientada por um grande setor de hidrocarbonetos, uma agricultura de pequena escala, empresas de serviços e pela presença do estado nos serviços financeiros e de manufatura.
Duplicar a produção de recursos naturais cria oportunidades


Em geral, o Irã tem o potencial para mais que duplicar sua produção de recursos naturais, incluindo suas reservas de recursos minerais e seus produtos derivados de gás natural e petróleo. Em comparação com as economias da região mais orientadas à exportação, o Irã também tem uma demanda cativa significativa por produtos químicos e polímeros, com uma jovem população de 78 milhões de pessoas e um setor secundário bastante desenvolvido. O país produz, por exemplo, cerca de 1 milhão de carros por ano, o que é um importante acionador da demanda por aço, revestimentos automotivos e polímeros.


O Irã oferece às empresas petrolíferas internacionais (IOCs, na sigla em inglês) oportunidades de exploração e produção com custos operacionais e despesas de capital relativamente baixos. Estima-se que o custo para produzir um barril de óleo cru no país seja de cerca de US$ 10 a US$ 12, em comparação com uma média de US$ 7 a US$ 10 na Arábia Saudita e de aproximadamente US$ 36 nos Estados Unidos.


O relaxamento das sanções incentiva os investimentos


No ano passado, conversas sobre o relaxamento de algumas sanções ocidentais fez com que várias empresas passassem a explorar as possíveis oportunidades de investimento. No início deste ano, as sanções da União Europeia impostas em abril de 2007 foram suspensas e muitos produtores químicos europeus começaram a avaliar as oportunidades, fechando negociações de matéria-prima e restabelecendo parcerias que foram abandonadas durante as sanções.


Recentemente, o Conselho de Investimentos Estrangeiros do Irã aprovou US$ 2,6 bilhões para projetos estrangeiros de investimento. Esses fundos servirão para implementar 14 instalações nas áreas de eletricidade, fabricação de automóveis e mineração.


Enquanto isso, Bijan Zangeneh, o Ministro do Petróleo, disse que a suspensão das sanções permitirá que o Irã cumpra seu plano de visão para os próximos 20 anos em Chabahar e, inclusive, sua meta de produzir US$ 70 bilhões de produtos petroquímicos por ano aos preços atuais. Para garantir essa oportunidade, as principais empresas que, anteriormente, eram ativas no Irã fizeram anúncios recentes como os seguintes:

  • A Haldor Topsoe (Topsoe) firmou um contrato com o complexo petroquímico Badr-e-Shargh para fornecer licenças, equipamentos exclusivos, materiais e catalisadores, e prestar serviços de engenharia, para uma nova fábrica de metanol que será localizada em Chabahar, no Irã.

  • A Total e a NPC têm planos adiantados para construir conjuntamente um complexo petroquímico no sul do Irã, que consistirá em uma fábrica de craqueamento e em unidades de processamento e distribuição para o fornecimento de produtos petroquímicos aos mercados domésticos e internacionais.

  • A empresa alemã Linde e a japonesa Mitsui estão negociando investimentos na indústria petroquímica do Irã.

  • A Saipem assinou um contrato preliminar para projetos de refinaria no Irã.

Linde, Shell e outras estão prontas para agir


Do ponto de vista iraniano, os dois tipos de empresas relacionados ao setor de produtos químicos que se beneficiarão da suspensão das sanções são as “empresas operacionais” e as “empresas de projetos”. As empresas operacionais desfrutarão de transações bancárias e financeiras mais padronizadas, enquanto as empresas de projetos se beneficiarão da remoção dos obstáculos para acessar tecnologias de ponta e, ainda mais importante, para acessar linhas de crédito de financiamento de dívidas. Empresas como Linde, Hyundai, Total, Shell e várias outras estão prontas para colaborar entre si e realizar o segundo salto da indústria petroquímica do Irã.


A Pasargad Energy Development Co (PEDC), um grupo de investimentos petroquímicos de grande porte estabelecido em Teerã, está entre as principais organizações do país que desejam trabalhar em conjunto com fornecedores de tecnologia. A Persian Gulf Holding Company (PGHC) está fazendo negociações comerciais com 15 grandes empresas estrangeiras em uma licitação para financiar projetos de desenvolvimento do setor petroquímico e para interromper as vendas de petróleo bruto.


Um total de € 3,5 bilhões foi alocado pelo Fundo de Desenvolvimento Nacional do Irã para cumprir a visão do país de um setor petroquímico próspero.


O país desenvolveu zonas econômicas especiais (SEZ, na sigla em inglês) para incentivar a presença de parceiros e investidores estrangeiros. Duas principais zonas petroquímicas, Assaluyeh (Pars) e Mahshahr, foram identificadas para desenvolvimentos adicionais. Essas duas regiões já têm 32 instalações e complexos petroquímicos do total de 50 instalações petroquímicas do país.


24 novos projetos petroquímicos em andamento


Atualmente, a capacidade anual de produção petroquímica do Irã é de 60 milhões de toneladas de produtos petroquímicos. Na zona econômica especial de Mahshahr, cerca de 19 instalações petroquímicas já estão operando, com 11 projetos em andamento. Os projetos planejados incluem cloro-álcali, acrilonitrila, acrilatos, anidrido maleico (MAH), butanediol, polibutileno tereftalato (PBT) e butanona. Em Assaluyeh, há 13 instalações petroquímicas com 24 projetos em implementação. Os projetos planejados incluem buteno, olefinas, etilenoglicol, metanol e derivados do estireno.


Recomendação da Kline sobre fatores de risco que devem ser analisados pelos participantes e investidores do mercado


Em colaboração com suas associadas no Irã, a Kline tem monitorado o panorama químico de um ponto de vista de empresas e investidores. Certamente, os investidores em projetos químicos no país serão beneficiados com diversas vantagens, como matérias-primas de baixo custo e acesso aos principais mercados. No entanto, é altamente recomendada a realização de uma diligência prévia a fim de reconhecer os riscos relacionados.


A seguir, apresentamos alguns dos fatores de risco que devem ser considerados antes de se cogitar fazer um grande investimento:

  • Ambiente bancário, atraso de pagamentos, transferências externas de fundos

  • Sanções (qual a estabilidade da situação)

  • Protocolos recentes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês)

  • Instabilidade da moeda

  • Possíveis conflitos com países vizinhos

  • Corrupção política

  • Incerteza jurídica

  • Instabilidade social

  • Recursos humanos

  • Disponibilidade dos principais materiais de construção (aço, cimento)

  • Procedimentos e especificações técnicas dos projetos locais

  • Entrega de equipamentos no local do projeto

  • Disponibilidade e qualidade de empreiteiros locais e estrangeiros

  • Interferência de parceiros locais (NPC/governo)

  • Infraestrutura de transportes

  • Flutuações dos preços de matérias-primas e serviços públicos

  • Procedimentos de aprovação de projetos

  • Inspeções inadequadas de garantia e controle de qualidade

  • Baixa qualidade dos fabricantes locais

Ter acesso a recursos influentes do local é fundamental para poder avaliar objetivamente a maioria dos riscos relacionados anteriormente.


Para maiores informações entre em contato com a Factor-Kline.



Por Danilo de Paula, Gerente de Projetos da Factor-Kline

Fonte: Kline & Co (http://klinegroup.com/articles/petrochemicals_in_iran.asp)

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