O Impacto do COVID-19 na Indústria de Lubrificantes Acabados no Brasil
Este artigo visa endereçar o impacto da crise da COVID-19 na demanda por lubrificantes automotivos e industriais em 2020. O trabalho foi desenvolvido por setor da indústria de lubrificantes e considera três cenários baseados no “lockdown” total ou “distanciamento social” parcial dos diversos setores da economia no Brasil. Considerando que esta crise está em desenvolvimento e as políticas e informações mudam diariamente se não a cada hora, os resultados dos cenários serão atualizados de acordo com a evolução dos fatos e informações.
Contexto
O Brasil é o sexto maior mercado consumidor de lubrificantes do mundo com mis de 3% da demanda global em 2019 – atrás de EUA, China, Índia, Rússia e Japão.
O Brasil consumiu mais 1.25 milhões de toneladas (MT) de lubrificantes automotivos e industriais em 2019 e, pre-C-19, as projeções indicavam um crescimento em volume entre 1,5% e 2,0% ao ano ao longo dos próximos 10 anos. Este crescimento previsto ocorre em um cenário de recuperação econômica do país após 2 anos de profunda recessão em 2015 e 2016, em continuidade a uma lenta recuperação iniciada em 2017. A recuperação econômica está gerando (i) a complementação e renovação da frota automotiva que foi desfalcada no período de recessão; (ii) a retomada da intensidade de uso da frota assim como (iii) a recuperação da dinâmica industrial e a utilização da capacidade instalada no parque fabril. Por outro lado, fatores como o aumento do uso de lubrificantes de melhor qualidade, semi sintéticos e sintéticos, de menor viscosidade, melhor qualidade do desenho dos motores e outras peças automotivas e a melhoria em práticas de manutenção – tanto no setor automotivo como industrial - vão alongar períodos de intervalos entre trocas de lubrificantes reduzindo o consumo específico dos mesmos. A resultante destes elementos, pre covid-19 , gerava uma perspectiva crescimento volumétrico previsto entre 1,5% a 2,0% ao ano, e um crescimento em valor da indústria superior a esta faixa, uma vez que o mix de produtos se torna progressivamente mais nobre, mais sintético, de menor viscosidade, de melhor qualidade e portanto com maior valor agregado.
Resposta da Brasil ao COVID-19
O número de casos de COVID-19 registrados no Brasil (mais de 200.000 em 14 de maio de 2020) representa 960 casos por milhão de habitantes, quase o dobro da média global de 570 casos por milhão. A distância geográfica e a experiencia de outros países especialmente da Europa, permitiu ao Brasil iniciar a política de distanciamento social em estágios mais precoces da pandemia. No entanto a aproximação do inverno intensifica a ocorrência de casos e permite prever que o pico da epidemia ainda está por vir.
Em 20 de março o Estado Brasileiro reconheceu Estado de Calamidade Pública devido à pandemia o que permitiu flexibilização orçamentária e desencadeou uma série de medidas protetivas por governos regionais e locais. Entre estas medidas destaca-se as referentes ao distanciamento social como a suspensão de aulas presenciais em toda a rede pública e privada de ensino; suspensão de cultos religiosos, além de atividades consideradas não essenciais como eventos artísticos, shows e eventos esportivos; fechamento de cinemas, teatros, museus e parques; fechamento de bares e restaurantes, academias e clubes esportivos, shopping centers. A exceção são estabelecimentos para comercio de alimentos e medicamentos além de postos de abastecimento.
O governo brasileiro agiu no sentido de prover recursos ao setor de saúde com um montante da ordem de R$50 bilhões para combater a epidemia – compra de material para testes, compra de equipamentos de proteção individual, EPIs, compra de respiradores, etc.
Para os cidadãos o governo disponibilizou recursos emergenciais direcionado especialmente aos trabalhadores informais e de baixa renda, como o pagamento de R$ 600,00 por trabalhador pelo período de 3 meses, R$ 1 bilhão em recursos para pagamento de contas de energia elétrica de trabalhadores de baixa renda, antecipação de parcela do 13º salário para aposentados, crédito pessoal subsidiado em bancos públicos, entre outros benefícios.
Para empresas foram disponibilizadas linhas de crédito subsidiadas em bancos estatais para capital de giro, além de adiamento de pagamentos de impostos; recursos para pagamentos de salários de trabalhadores infectados por 15 dias. Flexibilização de legislação trabalhista para permitir redução de jornada de trabalho e redução parcial de salários evitando demissões. Como contrapartida empresas recebendo benefícios fiam comprometidas a não fazer demissões para ajuste de custos.
O distanciamento social impactou severamente o setor informal da economia e as inciativas listadas acima, se corretamente implementadas, ajudarão a controlar o impacto no setor e a preservar a economia das pessoas até certo ponto. Em outra frente, as medidas visam preservar os empregos formais. De qualquer forma o impacto na economia é estimado em uma retração do PIB estimada em 6% em 2020.
Abordagem e Análises
Visando estimar o impacto quantitativo do C-19 na demanda volumétrica de lubrificantes no Brasil em 2020, a premissa da Factor-Kline é que a crise do C-19 vai afetar cada segmento e setor de forma distinta e assim a sua capacidade de operar tão próximo da normalidade quanto possível em 2020.
A metodologia analisa essencialmente 4 etapas da crise C-19 em 2020:
Etapa 1 ou Pré-Crise
Etapa 2 ou Distanciamento Social – restrição de mobilidade
Etapa 3 ou Recuperação
Etapa 4 ou Pós-Crise
Dependendo da duração em número de semanas das etapas 2 e 3 e o grau de recuperação da demanda normal por lubrificantes na etapa 4, foram desenvolvidos três cenários diferentes que geram uma visão sobre a possível retração no mercado de lubrificantes automotivos e industriais no Brasil que pode ser esperada para 2020 comparado com o ocorrido em 2019.
No Brasil o impacto na indústria de lubrificantes vem de dois principais direcionadores ambos do lado da retração:
1. A política de distanciamento social com suspensão de todas as atividades consideradas não-essenciais, recomendação de trabalho de casa, fechamento de escolas, fechamento de bares e restaurantes, fechamento de museus, cinemas, teatros e parques, suspensão de eventos artísticos e esportivos a partir da primeira semana de abril, resultou numa profunda redução de uso de veículos e consequente consumo de combustíveis e lubrificantes – neste caso atingindo predominantemente veículos de passageiros.
2. A reversão brusca de expectativas com relação ao desempenho da economia, perspectivas de crescimento e oferta de emprego, gera um nível de insegurança no consumidor e na indústria que impacta especialmente os setores de bens duráveis – automotivo, linha branca etc..– impactando o curso da recuperação do uso da capacidade industrial instalada e assim o consumo de lubrificantes industriais e consequentemente o setor de transporte de bens, afetando também a demanda por lubrificantes automotivos do segmento de veículos comerciais.
Nossas expectativas indicam um período equivalente à entre 7 e 8 semanas para distanciamento social em todo o país e um período entre 13 e 14 semanas para recuperação das atividades normais e assim foram construídos os cenários:
Com base no nosso conhecimento das dinâmicas dos setores automotivo e industrial, estimamos o impacto negativo da crise do C-19 nos níveis operacionais de cada um dos 35 setores relevantes para o consumo de lubrificantes automotivos e industriais no Brasil e assim produzir três diferentes cenários para retração de demanda em 2020.
Lubrificantes para Veículos de Passageiros
O consumidor de lubrificantes para veículos privados de passageiros (PVL) no Brasil tem prioritariamente o perfil “do-it-for-me” e oficinas independentes e postos de serviço representam mais de 50% da demanda no segmento de veículos privados de passageiros.
Nível de operação estimado por canal de distribuição de lubrificantes para ao setor de PVL durante a Etapa 2 – “Distanciamento Social”
Os canais de distribuição sofreram impactos diferenciados pela implementação da política de distanciamento social.
Postos de serviços são considerados serviços essenciais e portanto, estão operando conforme determinação da ANP – Agência Nacional do Petróleo, por pelo menos 6 dias por semana e 12 horas por dia.
Oficinas independentes e super trocas não são regulamentadas, no entanto estão operando ajustadas à demanda existente.
Concessionárias de veículos em muitos casos fecharam as portas uma vez que a venda de veículos novos retraiu cerca de 75% entre fevereiro e abril e assim oficinas autorizadas também estão operando com limitações.
Super e Hipermercados são estabelecimentos para distribuição de alimentos e artigos de limpeza e portanto, funcionam normalmente.
Lojas de autopeças também estão operando ajustadas à demanda.
No entanto o principal impacto no mercado de lubrificantes para PVL vem da política de distanciamento social e recomendação de “ficar em casa” com suspensão de aulas presenciais, e atividades não essenciais. Esta medida, inevitável no contexto da pandemia, provocou uma redução estimada em mais de 60% no consumo de combustíveis entre fevereiro e abril (dados de abril ainda não oficiais). A correlação entre o uso do veículo, o consumo de combustível e o consumo de lubrificante é direta e mais impactante no caso do lubrificante uma vez que as trocas podem ser marginalmente postergadas sem prejuízos sensíveis, contrariamente ao abastecimento que é inevitável.
Assim os canais que regularmente estão mais disponíveis sofreram menos – postos de serviços e supermercados – os canais desregulamentados que se ajustam a demanda, tiveram até o momento, retrações em torno de 50%, e o “factory fill” decresce com a venda de veículos novos, significativamente impactada. Com cerca de 75% de retração, neste período de distanciamento social.
Neste contexto estimamos uma retração no setor de lubrificantes para PVL de quase 50% durante o período de distanciamento social e a volta à normalização deverá ocorrer em nível entre 80% e 90% da situação pré-crise uma vez que o legado do hábito ao trabalho em casa e uso de canais virtuais de transação deverá ser permanente. Resultando no setor de veículos de passageiros uma retração estimada de entre 16% e 22% em relação à demanda verificada em 2019.
Lubricantes para Veículos Comerciais
O mercado de lubrificantes para veículos comerciais (CVL) no Brasil é mais de 80% dedicado a veículos de rodovias e menos de 20% para for a-de-estrada. Este segmento é muito menos impactado pela política de distanciamento social “ficar em casa” do que o setor PVL uma vez que o transporte de cargas especialmente dedicados ao abastecimento das regiões urbanas assim como a movimentação de produtos para exportação segue essencial.
Nível de operação estimado por canal de distribuição de lubrificantes para ao setor de CVL durante a Etapa 2 – Distanciamento Social
Assim como no segmento de PVL, no caso de veículos comerciais o impacto esperado é diferenciado por setor.
Os segmentos mais impactados são relacionados com transporte de passageiros, frotas de ônibus, aluguel de veículos que representam quase 25% do consumo de CVL e devem ter atividades reduzidas a menos da metade de sua utilização normal.
Setores relacionados com o transporte de cargas – transportadoras e frotas privadas de empresas para transporte de produtos que representam cerca de 55% da demanda de CVL – apresentam retração entre 30% e 40% em média no período de distanciamento social especialmente suportados pelo abastecimento interno e logística de exportação.
No caso dos de fora-de-estrada, setores de mineração e construção devem ter impactos da mesma ordem – 30% a 40% - especialmente no caso da construção pelo arrefecimento da confiança do consumidor e empresários reduzindo a demanda por novos investimentos e no caso da mineração para setores voltados ao mercado interno como alumínio, cimento e abastecimento de siderúrgicas locais.
Agricultura, cerca de 6% do volume de CVL, deve ser o setor menos impactado uma vez que é essencialmente exportador e o nível de atividade já está definido pela área plantada em 2019 – impacto na próxima safra depende das expectativas internacionais para 2021, que em geral são de recuperação do nível de atividade pré-C19. Aqui a retração estimada é de cerca de 10% no período de restrição de mobilidade.
Neste contexto, fabricantes de lubrificantes devem intensificar seus esforços para prestação de serviços e apoio técnico visando proporcionar a maximização da utilização da frota e a redução de custos de manutenção para assim valorizar o produto e fidelizar o cliente.
No setor de CVL estimamos uma retração no consumo de lubrificantes de quase 40% durante o período de distanciamento social e a volta à normalização deverá ocorrer em nível entre 85% e 95% da situação pré-crise em função da redução de atividade econômica que deverá seguir impactando o setor ao menos até o final de 2020. Resultando para o setor de veículos de comerciais uma retração na demanda por lubrificantes estimada de entre 10% e 16% em relação à demanda verificada em 2019.
Lubrificantes industriais
Incluindo óleo de processo, a demanda por lubrificantes industriais (IND) distribuida por 14 setores da indústria, representa cerca de 35% do total do mercado de lubrificantes acabados no Brasil de 1,25 milhões de toneladas em 2019.
Nível de operação estimado por setor da indústria consumidora de lubrificantes para ao setor de PVL durante a Etapa 2 – Distanciamento Social
Os quatro setores que apresentam maior consumo de lubrificantes no Brasil – plásticos e borracha, exploração de petróleo off-shore, mineração e autopeças - representam pouco mais que 50% do consumo de lubrificantes industriais e tiveram retração de aproximadamente 30% a 45% no seu nível normal de demanda.
1. Plásticos e borracha – inclui principalmente óleo hidráulico para injetoras de plástico para produção de peças e embalagens de diversos setores da indústria de consumo, inclusive alimentos, bebidas, autopeças, bens duráveis e outros e óleo de processo para produção de peças de borracha principalmente de pneus e mangueiras para indústria automotiva. Este segmento é fortemente impactado pela redução de produção de veículos, principalmente de passageiros e bens duráveis que são sensíveis à redução da confiança do consumidor. O impacto neste setor durante o período de “distanciamento social” é estimado entre 40% e 45%.
2. Exploração de óleo e gás off-shore – indústria de petróleo está sob forte impacto da crise C-19 com a redução da mobilidade e do consumo de combustíveis derivados. Esta retração esta estimada em 30% a 35% impacta o consumo de insumos nas plataformas inclusive lubrificantes para motores e geradores. Retração estimada entre 30% e 35% nas semanas de distanciamento social.
3. Mineração – setor é impactado pela redução da atividade industrial nacional e desaceleração da siderurgia nacional. No entanto grande parte do minério de ferro é exportado e tem sua retração limitada à dinâmica do mercado internacional especialmente a China, cuja indústria siderúrgica sofreu retração de 12% em fevereiro relação ao nível médio de 2019 e em março recuperou 5% desta retração, Por outro lado especialmente para minerais associados à construção civil, como produção de cimento, calcário, brita o impacto é mais significativo uma vez que em março o nível de atividade da indústria de construção ficou 50% abaixo da média histórica e cerca de 30% a 35% abaixo da média em 2019. Retração estimada também entre 30% e 35% nas semanas de maior restrição de mobilidade.
4. Autopeças -setor fortemente impactado pela retração de produção e venda de veículos novos que caiu entre 70% e 75% entre janeiro e março de 2020 assim a retração no consumo de lubrificantes no setor de autopeças é estimada entre 40% e 50% no período de restrição de mobilidade.
Os setores que menos sofreram com a crise do C-19 são o de energia elétrica, alimentos, agricultura e papel e celulose que representam aproximadamente 25% do consumo de lubrificantes industriais no Brasil
1. Energia elétrica – o consumo de lubrificantes na indústria de energia elétrica é fortemente relacionado á óleo de processo usado em transformadores que é direcionado pela capacidade de energia nas redes de transmissão e distribuição e não pelo consumo de energia que sofre retração com a crise. Neste setor a retração no consumo de lubrificantes é estimada em cerca de 25% nas semanas de distanciamento social.
2. Alimentos – o setor menos impactado pela crise uma vez que o abastecimento está sendo garantido e o acesso às redes de distribuição também, além de ajuda aos setores da população de menor renda para garantir condições de suprimento das necessidades básicas. Impacto estimado no consumo de lubrificantes no setor de indústria de alimentos fica entre 10% e 15% no período de restrições de movimentação.
3. Agricultura – o setor também é pouco impactado uma vez que a safra e área plantada foram definidas no período pré-crise. No entanto as culturas em fase de preparação da próxima safra deverão provocar impacto negativo na demanda por lubrificantes no setor de aproximadamente 20% a 25%.
4. Papel e celulose – indústria fortemente correlacionada com mercado internacional especialmente a China que tem resistido fortemente ao período de crise com a busca por artefatos de limpeza como toalhas de papel, lenços higiênicos e outros. A estimativa de retração no consumo de lubrificantes neste setor durante o período de restrições fica em cerca de 20%.
Outros setores que representam cerca de 20% a 25% do consumo de lubrificantes industriais no Brasil – siderurgia e metalurgia, produtos químicos e bens de capital – tem retração média estimada em cerca de 40% durante as semanas de distanciamento social.
Com base nestas análises para o setor de lubrificantes industriais estimamos uma retração no consumo de quase 30% a 35% durante o período de distanciamento social e a volta à normalização deverá ocorrer em nível entre 85% e 95% da situação pré-crise também em função da redução de atividade econômica que deverá seguir impactando os setores da indústria ao menos até o final de 2020 . Resultando para o setor de veículos de comerciais uma retração na demanda por lubrificantes estimada de entre 9% e 15% em relação à demanda verificada em 2019.
Conclusão
Nos primeiros meses de 2020 antes da crise do COVID-19 se configurar como uma pandemia global e as suas implicações eram absolutamente desconhecidas ,a projeção da Factor- Kline para o mercado de lubrificantes acabados no Brasil era de um crescimento entre 1.5% e 2.0% sobre os volumes de 2019. Nosso conhecimento da indústria de lubrificantes e a análise da situação atual da crise e seu impacto tanto nos setores da economia no Brasil quanto os mais relevantes mercados externos, estimamos uma retração na demanda entre 11% e 17% ou seja uma redução volumétrica de entre 135ktons e 210ktons em 2020.
No entanto os desdobramentos da crise do COVID-19 ainda são indeterminados especialmente no hemisfério sul onde o vírus foi detectado cerca de 3 meses após seu surgimento na China, a princípio as medidas de distanciamento social foram adotadas em uma etapa mais inicial da pandemia em relação aos países da Europa e EUA. No entanto, estamos apenas entrando nos meses de temperaturas mais frias do ano, com incidência sazonal de patologias respiratórias já normalmente mais elevadas, o que dificultará o processo de relaxamento das restrições a mobilidade e contatos, no curto prazo.
Apesar do impacto negativo da crise do C-19 na economia em um momento de recuperação após recente período de profunda recessão em 2015 e 2016, o crescimento vai voltar a acontecer. No pós- crise deveremos ter algumas mudanças permanentes como o maior uso da prática de trabalho de casa e o crescimento do comércio virtual, no entanto fundamentos da economia que eram válidos no período pré-crise continuarão relevantes para direcionar o mercado. Neste ínterim a indústria de lubrificantes no Brasil deverá suportar um período em 2020 de incertezas com uma redução de consumo sem precedentes, com o recrudescimento do desemprego, os períodos de distanciamento social, que provocarão fechamento de muitas empresas na cadeia de lubrificantes, como não registrado em nenhuma outra crise – nem mesmo na recente recessão de 2015 e 2016.
No pós-crise os fabricantes de lubrificantes deverão considerar os setores da indústria individualmente para detectar suas demandas, desafios e assim identificar as melhores oportunidades, monitorando os principais fundamentos da indústria para criação de valor:
A tendência de crescimento da demanda por produtos semi-sintéticos e sintéticos de menor viscosidade tanto nos segmentos automotivos quanto industrial, vai seguir avançando direcionada por especificações técnicas das OEMs e pela aderência dos consumidores a estas especificações.
Esta tendência levará a práticas de manutenção com maiores intervalos de substituição de óleo, portanto, a troca de volume por valor no mercado.
No setor industrial especificamente, ganhos de eficiência operacional dos equipamentos serão viabilizados pela evolução tecnológica, por práticas de manutenção cada vez mais controladas por dados e informações e por lubrificantes sintéticos.
A médio prazo, a regulamentação vai demandar cada vez mais controle sobre emissões e redução do consumo de combustíveis.
Estas demandas no longo prazo, deverão impulsionar a penetração de veículos, híbridos e elétricos substituindo a combustão interna e oferecendo oportunidades em óleos especiais e fluidos alternativos.
Além destes elementos em geral característicos da indústria de lubrificantes global, no Brasil observamos uma tendência de crescimento da participação de marcas originais de OEMs que associado à redução de mercado provocada pela crise, deve acirrar a competição e impulsionar um movimento por consolidação no setor que já vem se observando com a recente fusão das operações de lubrificantes da Ipiranga e Chevron criando a ICONIC e a estruturação da unidade de negócios de lubrificantes acabados na BR Distribuidora que atualmente opera como empresa independente da Petrobras com foco em distribuição de combustíveis.
Estes movimentos tendem a gerar um cenário mais competitivo no mercado de lubrificantes acabados, disputado por empresas mais estruturadas, com capacitações bem estruturadas para enfrentar desafios crescentes.
Para mais informações, entre em contato com a Factor-Kline.
Fonte: Factor-Kline.