Escassez e Altos Preços: Como o Gás Natural Pode Afetar a Demanda por NGEOs
Tradução do artigo de David Tsui, Gerente de Projetos do setor de Prática de Energia da Kline. O artigo apareceu originalmente na edição de setembro da revista TLT da Society of Tribologists and Lubrication Engineer’s.
A oferta de gás natural e gás natural liquefeito (GNL) foi severamente impactada globalmente devido ao conflito Rússia/Ucrânia, forçando a Europa a recorrer a fontes alternativas de gás natural e GNL, aumentando seus preços e causando escassez em outras regiões. Isso pode causar mudanças no tipo de óleo de motor movido a gás natural (NGEO) consumido, enquanto a cadeia de suprimentos é modificada e os motores passam a aceitar fontes de combustível mais variáveis.
Em meio à mudança global da energia não-renovável para a energia renovável, o gás natural está atuando como uma fonte de combustível de transição. Recentemente, a Europa confirmou seu contínuo uso de gás natural, com a União Europeia votando a favor de rotular o gás natural como uma fonte “verde” ou “sustentável” de energia, apesar de algumas críticas e com uma ressalva: uma transição para o biogás ou para o hidrogênio verde e outros gases renováveis até 2035. Este é um bom sinal de que as unidades de geração de energia a gás natural terão um futuro consistente no contexto energético diverso do futuro. A Kline espera que o consumo global de gás se mantenha forte, à medida que as economias se recuperam dos declínios de 2020 causados pelos fechamentos relacionados à pandemia.
A produção e gás natural decresceu levemente– entretanto, a cadeia de suprimentos e a coleta de gás natural têm mudado drasticamente desde a invasão da Rússia a Ucrânia e desde que as Nações Unidas começaram a impor sanções ao gás natural russo. A União Europeia também implementou mudanças em seu fornecimento de gás natural e interrompeu o gasoduto Nord Stream 2 da Rússia. Em resposta, a Gazprom da Rússia está limitando o gás natural que passa pelo gasoduto Nord Stream 1 a 20% - ao mesmo tempo em que o consumo de energia europeu atingiu níveis recordes, uma vez que o gás natural foi utilizado para atender à demanda por eletricidade durante uma onda de calor histórica que causou temperaturas-pico de mais de 40°C em alguns países em julho de 2022. Isso está prejudicando os planos da Europa em maximizar suas reservas de gás antes do inverno, caso a Rússia corte completamente o gás natural da Europa.
O rápido distanciamento do gás natural da Rússia, que fornecia 40% da demanda da Europa, com um maior fornecimento planejado com a operação da Nord Stream 2, levou a Europa a procurar novas fontes, inclusive gás natural liquefeito importado. Em 2021, 40% das importações de GNL eram provenientes dos Estados Unidos, enquanto os outros 20% vinham do Qatar. Essa mudança ajudou a aumentar os preços e deve causar escassez em países mais pobres (para mais informações sobre a geração de energia emergente da União Europeia, veja outro artigo traduzido União Europeia: Planos para a Geração de Energia Autossuficiente e Sustentável).
De acordo com o estudo recém-publicado da Kline, Natural Gas Engine Oils: Global Market Analysis and Opportunities, a mudança no fornecimento de gás impulsionará o crescimento em novos dutos e nas instalações de liquefação e gaseificação, assim como investimentos expeditados em gases renováveis como o hidrogênio verde, o biogás e o gás de aterro. Consequentemente, isso deve estimular a demanda por óleos de motor movidos a gás natural (NGEO), mais adequados para lidar com diversas fontes de combustível que incluem misturas de hidrogênio e gases ou gases ácidos de aterros sanitários.
A Kline espera um crescimento de NGEOs de baixo a médio teor de cinzas, juntamente com produtos formulados para lidar melhor com o Índice Wobbe (WI, uma medida do conteúdo energético de um gás) mais variável e níveis maiores de contaminantes ou de água. Espera-se que demanda global de NGEOs exceda 500 quilotoneladas até 2026 e cresça a uma taxa composta anual de 4%, com algumas regiões ultrapassando outras.