Mercado Global de Óleos Usados: Desafios no Caminho para a Sustentabilidade
A qualidade de óleos usados está melhorando – algo positivo tanto para a indústria de lubrificantes, como para o meio ambiente. O deslocamento da indústria de lubrificantes para óleos básicos de melhor qualidade, como os do Grupo II e III, resulta na geração de óleos usados de maior qualidade, ao final de suas vidas úteis. Isso, combinado com práticas de coleta e infraestrutura, aumenta a matéria-prima de melhor qualidade para as rerrefinarias e produtos de rerrefino melhorados. Ao mesmo tempo, incentivados pelo foco global em sustentabilidade e economia circular, o interessem em óleo usado está crescendo, especialmente relacionados ao rerrefino deles em óleos básicos.
Apesar desses desenvolvimentos positivos, há desafios no caminho para a sustentabilidade. Quais são eles, e para onde vemos a indústria caminhar?
Os Desafios
“O COVID-19 golpeou seriamente a indústria de óleos usados, com as trocas de óleo – especialmente no caso de veículos de passageiros – colocadas em segundo plano”, diz Kunal Mahajan, Gerente de Projetos na prática de Químicos e Energia da Kline. “O resultado foi um efeito dominó – a demanda por lubrificantes diminuiu, o que impactou a geração de óleos usados”. A pandemia também afetou adversamente a coleta e o descarte de óleos usados, dada a paralisação completa ou grande redução das operações.
Além disso, a maioria dos países em desenvolvimento, como a Índia, a Rússia e o Brasil, descartam, em maior ou menor proporção, os óleos usados de forma não adequada , impactando na quantidade de óleos usados disponível pare rerrefino. Muitos países, como o Japão, a Tailândia e a Coreia do Sul, não possuem rerrefinarias, o que resulta numa menor participação do rerrefino no óleo usado coletado.
Ainda, a maioria da rerrefinarias de óleo usado estão atualmente produzindo óleos básicos do Grupo I. Devido ao deslocamento da demanda para óleos básicos de Grupo II e III, o mercado potencial para óleos básicos de Grupo I rerrefinados está diminuindo. Isso é fato particularmente para rerrefinarias na Europa, onde óleos básicos de Grupo I representam mais de dois terços da capacidade de rerrefino. No entanto, essa questão está sendo abordada por meio do crescimento da capacidade de rerrefino de óleos básicos dos Grupos II e III nessa região.
A China enfrenta o mesmo problema – óleos básicos dos Grupos II e III representam a maior parte da demanda, mas todas as rerrefinarias, exceto uma, estão produzindo óleos básicos do Grupo I rerrefinados. Outros países na Ásia enfrentarão o mesmo problema em breve: apesar da maioria desses países também estarem produzindo óleos básicos do Grupo I rerrefinados, e a demanda pelos óleos do Grupo I ser alta nessas áreas, a demanda está similarmente se deslocando para óleos básicos dos Grupos II e III.
Em comparação, os Estados Unidos estão mais vantajosamente posicionados, visto que a maioria de suas rerrefinadoras já estão produzindo óleos básicos do Grupo II. No Brasil, a maior rerrefinadoras está produzindo óleos básicos do Grupo II. No entanto, há escassez de capacidade de rerrefino nos Estados Unidos, com a mesma coisa acontecendo no Canadá e na Europa Ocidental. As rerrefinadoras nessas regiões estão quase totalmente utilizadas e, ao menos que a capacidade seja aumentada, o aumento do rerrefino é limitado. Estão previstas adições de capacidade nessas regiões nos entre os próximos cinco a dez anos, o que levará a aumentos no rerrefino de óleo usado.
Por fim, uma oferta excessiva de óleos básicos virgens garantirá que os preços dos óleos básicos permaneçam baixos, o que pode levar a um menor lucro para as rerrefinadoras de óleo usado.
O que vem pela frente?
Mahajan acredita que a taxa de geração de óleo usado no longo prazo ficará estável apesar do crescimento no curto prazo. Espera-se que a demanda por lubrificantes automotivos mostre aumentos limitados e pode até diminuir no longo prazo, à medida que a adoção de veículos elétricos ganha impulso e a eficiência do motor melhora. Espera-se que a coleta de óleo usado apresente algum crescimento neste mesmo período, devido à melhor implementação de regulamentos e melhorias na infraestrutura de coleta.
As duas principais destinações de óleo usado entre 2025 e 2030 em nível global , acredita Mahajan, continuarão sendo combustível e rerrefino para óleo básico, com tendências diferentes - declínio em combustível e crescimento no rerrefino , em grande parte devido ao crescimento do rerrefino na China. Ele também espera ver o crescimento do rerrefino nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Brasil durante este mesmo período.
Para mais informações sobre o assunto, confira o recém-publicado relatório “Global Used Oil and Re-Refined Lubricants: Market Analysis and Opportunities”. Uma análise abrangente da indústria global de óleo usado e lubrificantes rerrefinados, incluindo tendências, desenvolvimentos, mudanças, desafios e oportunidades de negócios nos principais países do mundo.
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