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Empresas de petróleo se preparam para a IMO 2020


Com o mercado global de lubrificantes marítimos relativamente estável, fornecedores menores vêm, nos últimos anos, diminuindo lentamente a participação de mercado das principais empresas de petróleo. Kunal Mahajan, gerente de projetos no mercado de lubrificantes marinhos da Kline, revela como o regulamento de baixo teor de enxofre da IMO 2020 (Organização Marítima Internacional) pode estar prestes a reverter essa tendência.


Apesar do mercado global de lubrificantes marítimos permanecer estável, em termos de volume, em 2.3 milhões de toneladas, o fato da indústria naval estar passando por um período de mudanças sem precedentes faz com que seja um mercado a se observar. A iminente introdução da Organização Marítima Internacional com limite global de 0,50% de enxofre nos combustíveis e lubrificantes (IMO 2020, em inglês) tem sido amplamente divulgada em termos de suas implicações para refinarias e empresas de abastecimento. No entanto, talvez uma área negligenciada seja o impacto que se espera ter no mercado de lubrificantes marítimos.


Embora as cinco maiores empresas de petróleo ainda correspondam a mais de 75% do mercado global de lubrificantes marinhos, nos últimos cinco anos, elas perderam cerca de 10% de participação de mercado para fornecedores menores. Porém, o caos criado pela IMO 2020 indica que esta tendência pode estar prestes a mudar.


Um dos principais problemas aqui é o tempo - ou melhor, a falta dele. Com as normas da IMO 2020 sendo aplicadas em 1º de janeiro de 2020, resta muito pouco tempo para resolver os problemas e ambiguidades que ainda restam.


A incerteza em torno do caminho a percorrer para atingir a conformidade, combinada com a disponibilidade de combustível e preocupações de compatibilidade, está criando desafios e oportunidades.


Com a busca incansável de maximizar o tempo de operação, o volume de carga embarcada por viagem e a lucratividade, a incerteza da IMO 2020 é uma complicação adicional em um mundo já difícil. Duas das rotas disponíveis para a conformidade, a instalação de purificadores de gases de escape e a mudança de combustível para gás natural líquido (LNG, em inglês), têm barreiras à adoção generalizada. Ambos incorrem em alto custo e tempo de inatividade da embarcação para instalação e resultam em uma perda de espaço de carga, o que os torna menos atraentes. Além disso, há também preocupações de que, se a IMO introduzir metas de enxofre ainda menores, os purificadores podem se tornar obsoletos. O LNG possui fortes credenciais ambientais: reduzindo o CO2 em cerca de 25% e com quase zero emissões de enxofre, tornando-o um forte candidato para o futuro. Este é particularmente o caso, já que a IMO diz que os navios construídos em 2025 devem ser 30% mais eficientes do que os construídos em 2014. Embora, no momento, a falta de infraestrutura de abastecimento seja a barreira principal para a adoção desta troca de combustível.


Apenas de 3% a 4% da frota de navios devem escolher purificadores ou LNG para atingir a conformidade em 2020.


Devido às restrições dessas duas opções, parece altamente provável que a maior parte do mercado atenda aos novos requisitos a partir de combustíveis com um baixo teor de enxofre.


No entanto, os primeiros lotes de combustíveis marinhos com baixo teor de enxofre estão chegando agora no mercado, o que torna a falta de tempo restante para testá-los um problema real.


Isso significa que haverá pouco tempo para identificar quaisquer problemas operacionais, de armazenamento ou manuseio que os novos combustíveis possam apresentar.


Preocupações de compatibilidade de combustível


Enquanto alguns analistas se concentram em possíveis problemas de disponibilidade de combustível com baixo teor de enxofre, o que talvez seja ainda mais preocupante é a compatibilidade. Dadas as diferentes formas de produção de combustível com baixo teor de enxofre, ainda não é claro quais problemas de incompatibilidade podem surgir com os combustíveis provenientes de diferentes fornecedores. Isso está levantando uma série de preocupações para o mercado:

  • Todos os lotes de combustível que atendem a ISO 8217 se comportam da mesma forma no motor?

  • Os combustíveis de diferentes fornecedores precisam ser armazenados separadamente a bordo?

  • Como é possível ter certeza da compatibilidade entre o combustível e o lubrificante?

  • Diferentes lubrificantes serão necessários para cada combustível?

Muitas dessas questões só podem ser respondidas após os navios testarem os novos combustíveis e assim operadores terão a chance de avaliar como eles se comportam em condições normais e lentas. Esse é um cenário desconfortável e introduz um elemento de risco que os remetentes desejarão amenizar.

Uma tendência que pode surgir aqui é uma mudança para um fornecedor único, onde ambos os combustíveis e lubrificantes de baixo teor de enxofre marinhos são comprados pela mesma organização. Além disso, à medida que se ganha experiência com os novos combustíveis, os operadores também podem procurar fornecedores que tenham recursos para ajudá-los a resolver quaisquer problemas que possam surgir.


Essas empresas com capacidade de fornecimento global, que podem garantir que combustíveis e lubrificantes compatíveis estejam disponíveis onde quer que os navios naveguem, terão uma vantagem.


As principais empresas de petróleo estão provavelmente mais bem posicionadas para responder rapidamente, tanto em termos de confiabilidade quanto de desempenho operacional. Isso poderia dar aos cinco líderes do mercado uma oportunidade real de recuperar parte da participação no mercado global de lubrificantes marítimos que perderam nos últimos anos. Empresas menores podem precisar procurar novas oportunidades lucrativas que estão surgindo nesse mercado para compensar essa tendência.



Nosso novo relatório sobre o Mercado Global de Lubrificantes Marinhos, publicado em janeiro de 2019, oferece uma análise profunda dos desafios e oportunidades enfrentados pelo mercado. As estimativas do tamanho do mercado global, que são divididas por tipo de produto e região, são fornecidas para 2018 e 2023. O relatório abrange óleos para motores, incluindo óleos para cilindros, óleos para motores de pistão de tronco e óleos para sistemas, além de outros fluidos, como fluidos hidráulicos e óleos para engrenagens.


“Global Marine Lubricants” revela as tendências econômicas, tecnológicas e regulatórias que moldam a indústria global de navegação e impulsionam a demanda de lubrificantes, ajudando as organizações a desenvolver estratégias de negócios de lubrificantes marítimos.



Para mais informações, entre em contato com a Factor-Kline

Fonte: Kline & Co



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