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Qual o futuro do aquecimento Global e da Geração de Energia?


futuro do aquecimento global e da geração de energia

No dia 20 de abril deste ano, a Copernicus Climate Change Service, um dos maiores provedores de dados climáticos da Europa e do mundo, publicou seu relatório anual, o European State of the Climate (ESOTC), analisando os eventos climáticos de 2022 globalmente.


Apesar do relatório ser global, o destaque vai para a Europa: o continente vivenciou o segundo ano mais quente da história, assim como o verão mais quente. Devido a isso, a Europa atualmente enfrenta uma das maiores secas desde o período da renascença, levando o continente a um efeito dominó perigoso: quanto maior a temperatura, maior o derretimento e evaporação das geleiras, menor o escoamento vindo dos alpinos e menos chuvas. Devido à baixa pluviosidade e à baixa reposição de águas, o volume dos rios é reduzido, bacias hidrográficas secam, e a vegetação murcha, tornando-a sujeita a incêndios naturais.


Isso tem reflexos diretos na economia, principalmente em relação à cadeia de suprimentos, com a perda gradual de terras cultiváveis, redução na produção de alimentos e inflação dos preços. De fato, espera-se que, devido às altas temperaturas e à seca, a Europa perca parte significativa de suas terras cultiváveis até 2050, sendo que o continente já bateu recordes baixíssimos de umidade no último ano.


Em contrapartida, a geração de energia solar em 2022 foi acima da média, uma vez que, nesse mesmo ano, a Europa recebeu uma quantidade recorde de radiação solar – a maior em 40 anos. A União Europeia por si só já vinha demonstrando sinais de alta investida na energia sustentável, especialmente após o início da guerra Rússia-Ucrânia, que motivou a criação do plano REPowerEU, cujo objetivo é claro: energia sustentável e autossuficiente, focalizando o aumento na produção de biometano, de hidrogênio renovável e a descarbonização da indústria. Você pode ler mais sobre o plano aqui, onde traduzimos um texto sobre o assunto.


Dentre as fontes de energia sustentável, a que mais tem chamado atenção é o hidrogênio verde (H2V), visto por muitos como um elemento essencial na transição para uma economia de baixo carbono. Isso acontece especialmente no Brasil: em janeiro deste ano, a Unigel, multinacional brasileira de fertilizantes, anunciou novos investimentos na primeira planta em nível industrial de hidrogênio renovável do país. A fábrica, localizada no Polo Petroquímico de Camaçari (BA), deve entrar em operação até o final do ano, com duas fases já previstas, devendo ter uma terceira até 2027. A fábrica é projetada para ter 600 megawatts de capacidade de eletrólise.


E isso não é tudo: existem outros planos em curso no Brasil - a Siemens Energy, junto com a Quinto Energy, planeja desenvolver um projeto de usina de eletrolisadores, também no Polo de Camaçari, com a previsão de produção de 1 milhão de toneladas anuais de H2V; a Yara, com insumo vendido pela Raízen, está implantando a primeira fábrica de hidrogênio verde a partir do biometano. A fábrica está sendo construída em Cubatão (SP) e deve entrar em operação até 2024.


Além de projetos de geração de H2V a partir da eletrólise e do biometano, existe também um projeto sendo desenvolvido pela Raízen, em conjunto com a Shell Brasil, a Hytron, a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras e a Toyota. O projeto, com um caixa de 50 milhões de reais, procura explorar a geração de hidrogênio verde a partir do etanol, e prevê a construção de duas fábricas até o final do ano, com produção estimada de 5 kg de hidrogênio por hora.


Diante da situação alarmante da Europa, e que não deixa de ser um aviso aos outros países ao redor do mundo, fica ainda mais clara a necessidade da transição para fontes de energia de menor impacto ambiental, especialmente rem relação à emissão de carbono e outros compostos que contribuem para o aquecimento global. Apesar de ser nítido o movimento atual em direção a fontes de energia mais limpas, principalmente em países com grande potencial para gerar esse tipo de energia, como o Brasil, é difícil dizer quanto tempo essa transição levará.


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