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A redução de capacidade pode aliviar as margens de Basestocks


Um mercado de lubrificantes acabados estagnado, aumentos significativos de capacidade de basestocks e uma pausa nas quebras de capacidade são os fatores chave que têm reduzido as margens dos fornecedores. Em um mercado tão saturado, nosso gerente de projetos, Anuj Kumar, analisa um evento do setor que pode oferecer algum alívio para essa situação.


Os setores de transporte, refino e outros relacionados têm avaliado os desafios, as oportunidades e os impactos nos custos associados à próxima redução nas emissões de enxofre da Organização Marítima Internacional (IMO 2020). Mas será que a repercussão desta regulamentação pode se tornar um benefício para os fornecedores de basestocks que estão operando num mercado muito difícil?


Certamente, a indústria de basestocks tem sofrido forte pressão, uma vez que a capacidade de produção segue crescendo mesmo quando o crescimento da demanda do seu maior cliente - o mercado de lubrificantes acabados - tem desacelerado. A maior parte da demanda global no mercado de lubrificantes vem do setor automotivo. Entretanto, em 2018, pela primeira vez em uma década, a produção automotiva global sofreu um ligeiro declínio. E essa tendência deve se manter, devido à incerteza do ambiente macroeconômico e à crescente pressão da sociedade visando a redução das emissões de carbono, que estimula cada vez mais o transporte solidário e a procura por veículos elétricos.


Tendo todos estes drivers de mercado em mente, espera-se que a demanda dos lubrificantes continue essencialmente estagnada, com previsão de crescimento do mercado global a um ritmo de apenas 0,4% CAGR para o período 2018-2028. Esta redução significativa na previsão de crescimento terá impacto nas perspectivas futuras para todas as categorias de basestocks API. Em 2018, a demanda global de lubrificantes acabados atingiu 40,5 milhões de toneladas, e a consequente demanda por basestocks foi de 36,5 milhões de toneladas.*


Demanda Global de Basestocks para todos os grupos, 2018

a- Grupo III / III+ utilizado em outras aplicações.

b- Grupo III / III+ utilizado para o blend de lubrificantes sintéticos e semissintéticos.

OBSERVAÇÃO: Os basestocks do Grupo III com VI de 130 ou acima disso são classificados como Grupo III+.

* Excluindo-se a demanda decorrente de aplicações não-lubrificantes, tais como fluidos de perfuração, solventes, blend de combustíveis, entre outros.



Mercado em Desequilíbrio


Com uma capacidade global efetiva de basestocks superior a 49 milhões de toneladas, o mercado se mantém com excedente de capacidade. E no último ano houve aumento significativo de capacidade, juntamente com uma desaceleração na queda de capacidade por conta das paralizações do Grupo I. Isto tem resultado em taxas operacionais médias mais baixas, o que dificulta a recuperação dos custos. Embora os preços dos basestocks em 2018 fossem geralmente mais elevados do que os de 2017, as margens permaneceram sob pressão ao longo do ano.


Basestocks – Mercado Global

Capacidade Efetiva** por Grupos API, 2018



NOTA: Exclui o Grupo V.

Grupo III de basestocks com VI de 130 e acima disso classificado como Grupo III+.

** Capacidade efetiva: quantidade total de basestocks que uma planta pode produzir em um ano quando está disponível para produção. Isso exclui o período do ano em que uma planta está inativa, seja por situações previamente planejadas (por exemplo, paradas programadas para manutenção) ou por circunstâncias imprevistas.



Taxas Médias Globais de Operação - por Grupos API, 2018

a-Taxa operacional calculada pela produção total em um ano como uma fração da capacidade efetiva.


No mundo como um todo, a oferta dos Grupos I, II e II+ excede a demanda, enquanto os Grupos III, III+ e naftênicos geralmente estão em equilíbrio.


Focando os próximos 10 anos, embora não esteja previsto um grande aumento na demanda, há um forte pipeline de novas plantas e de capacidade adicional de basestocks a caminho. Os anúncios públicos atualmente disponíveis sugerem que 5 a 5,5 milhões de toneladas de capacidade incremental, a maioria do Grupo II /II+, serão acrescentadas. Isto não é um bom sinal para um mercado no qual se prevê que a demanda cresça a uma CAGR de 0,4%. Este desajuste entre a taxa de crescimento da capacidade e da demanda cria um cenário desfavorável para os produtores de basestocks. Nesse cenário em que o mercado de basestocks está atormentado por uma perspectiva de demanda estagnada bem como de aumentos consistentes de capacidade, a única forma de restaurar as margens é através de reduções de capacidade proporcionais, com o fechamento ou a “aposentadoria” de plantas, por exemplo. Prever quanto, quando e onde essas reduções de capacidade ou “aposentadorias” aconteceriam é uma tarefa extremamente difícil. No entanto, prevê-se que a IMO 2020 trará algum alívio para esta situação.



Podemos vislumbrar maiores margens à frente?


A regulamentação IMO 2020, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2020, reduz os limites globais de enxofre para combustíveis utilizados a bordo de navios de 3,5% para 0,5% (peso/peso). Isto tem severas implicações nos investimentos tanto para os armadores como para os produtores mundiais de combustível naval. Embora a IMO 2020 possa ter várias implicações diretas e indiretas no mercado de basestocks, uma dessas consequências pode, na realidade, revelar-se uma “bênção disfarçada”, uma vez que pode ajudar a melhorar as margens dos basestocks.


É bastante provável que a maioria dos armadores opte por cumprir a IMO 2020, usando combustíveis com baixo teor de enxofre ao invés de instalar depuradores de gases de exaustão. Como resultado, espera-se que a demanda por combustíveis com alto teor de enxofre diminua. Este cenário significa que as refinarias com forte participação na produção de óleo combustível com alto teor de enxofre (HSFO) podem ter dificuldade para encontrar um mercado alternativo para seus produtos. Aquelas que não podem investir nas atualizações necessárias para produzir óleo combustível com baixo teor de enxofre podem estar em apuros. E, se a refinaria também produzir basestocks, aí pode ocorrer a desativação de capacidades produtivas. Atualmente, é difícil prever quanta capacidade seria racionalizada, e onde isso ocorreria. No entanto, na nossa opinião, os produtores do Grupo I na Europa parecem ser os mais vulneráveis.


Além disso, à medida que os padrões de demanda mudam, a diferença de preços entre destilados com baixo teor de enxofre e óleo diesel versus HFSO irá ampliar-se. É provável que as refinarias com capacidade excedente de hidrocraqueamento optem por desviar o óleo diesel de vácuo dos basestocks para a produção de destilados. Esta ação também ajudaria a aliviar o excesso de capacidade dos basestocks.


Ainda há muita incerteza para os produtores dos Grupos I, II e II+. No entanto, as mudanças decorrentes da IMO 2020 poderão ajudá-los a avançar para relativo equilíbrio a médio e longo prazo. Desta forma, poderíamos esperar que o mercado enfrentasse uma concorrência considerável entre os grupos API enquanto os blenders exploram opções para otimizar seus custos e explorar novas estratégias de posicionamento no mercado.


O mercado global de basestocks continuará enfrentando desafios, mas talvez haja um lampejo de esperança em 2020, à medida que os impactos da regulamentação da IMO sobre todos os players da indústria se tornarem claros.



Novo relatório global sobre os basestocks


Temos publicado o nosso estudo de inteligência competitiva "Global Basestocks Market: Analysis and Opportunities" por mais de uma década, e nosso último relatório inclui uma avaliação do mercado até 2028. O relatório fornece uma análise abrangente da oferta e da demanda para diferentes grupos API tanto em nível global como por regiões-chave, além de estimativas de custos de produção e perfis de mercado de nove países, incluindo os Estados Unidos, a Rússia e a China.


Além disso, os assinantes terão uma análise dos atuais níveis de preços bem como previsões de preços futuros, com base em nosso robusto modelo, para os Grupos I, II/II+ e III no Noroeste da Europa, Costa Americana do Golfo e Nordeste da Ásia.


Para mais informações, entre em contato com a Factor-Kline.


Fonte: Kline&Co.

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